Num espaço central, no pavilhão 3 da feira Internacional de Lisboa, o lema “Região Centro High Tech” foi o mote para serem apresentados alguns dos bons exemplos de tecnologia avançada, em diversos campos. Deve-se dizer, até com alguma parcialidade, que o espaço da CCRDC ombreou apenas com o stand “Novo Norte”, em quantidade e qualidade. No caso da representação da zona Centro, foi tomada a opção de dividir o espaço por três áreas temáticas, nomeadamente Agro-alimentar, habitat, Energia, Mar, Saúde e TICE (Tecnologias da Informação , Comunicação e Electrónica). O pressuposto que esteve na base do convite da CCDRC era o facto dos projectos presentes terem sido financiados através do programa “Mais Centro”, pelo que não houve diferenciação entre grandes grupos empresariais e negócios emergentes a partir de incubadoras. A área do habitat foi totalmente e entregue ao projecto Centro Habitat, uma plataforma para a construção sustentável, sedeada no Curia Tecnoparque, em que são parceiros na investigação o ITECONS, da Universidade de Coimbra, e o Centro Tecnológico da Cerâmica e do Vidro.
As soluções tecnológicas apresentadas em Lisboa prendem-se com soluções inovadoras em termos de construção civil, mas também nos materiais, sendo apresentados exemplos de tijolos que tornam obsoleta a construção de paredes duplas com isolamento, como revestimentos cerâmicos sensíveis ao toque, onde se pode aplicar todo o tipo de comutadores, de luzes, por exemplo, sem a necessidade de cortes no material. No pólo da energia, estão representados vários casos de aplicação da alta tecnologia, sendo notório o Eco-Veículo, criado o seio da Universidade de Coimbra e que já é o quarto mais eficiente a nível mundial, numa competição universitária que visa desenvolver um veículo que percorra o máximo de quilómetros com apenas um litro de combustível. Ainda neste sector, a Nutroton, empresa líder no comércio de ovos, pretendeu completar o ciclo, e desenvolveu um projecto para a uma ventral de aproveitamento de biomassa, já em funcionamento em Tondela, cuja matéria-prima é o estrume dos aviários. Há ainda a Solar Plus, de Oliveira do Bairro, com uma oferta de painéis solares fotovoltáicos, assim como a Buespan, de Águeda, cuja a aposta é dirigida à iluminação pública através de tecnologia LED, e a Holos, de Aveiro, com painéis solares. No espaço Agro-industrial, estão presentes a global Wines/Dão Sul e a Luís Pato, com novidades tecnológicas ao nível da produção vinícola, mas também a Adega Cooperativa de Mangualde, que investiga as várias qualidades de maçã da região tendo como objectivo de contribuir para as ciências médico-farmacêuticas. Existe também o espaço dedicado à saúde, mas onde as ofertas acabam por se confundir, um pouco, com as das tecnologias de informação e comunicação. Por um lado, a Universidade de Aveiro mostra tecnologia associada ao vestuário que permite a recolha de dados em tempo real, assim como a ecolocalização, sendo um dos exemplos mais pragmáticos um fato de protecção individual dos bombeiros exposto no stand. A solução não é muito diferente daquela que é proposta pela Universidade da Beira Interior A Critical Health, através do projecto WiseDome mostra software capaz de monitorizar pessoas, nomeadamente idosos e doentes, à distância. Por outro lado, a Intellicare/ISA está mais direccionada para o hardware, com uma consola que recebe todo estes dados e os transmite para o clínico responsável. Neste lote aparece também a Medicine One, empresa incubada no Instituto Pedro Nunes, mas ainda a BluePharma, farmacêutica de Coimbra que se dedica à produção de genéricos, mas que desenvolve um projecto no sentido de se tornar a segunda empresa nacional, a seguir à Bial, a conseguir criar um medicamento de raiz. No sector a Saúde, ainda espaço para a telemedicina, a cargo do Instituto de Sistema de Robótica da Universidade de Coimbra, que mostram no Portugal Tecnológico equipamentos capazes de realizar diagnóstico e mesmo apoio a cirurgias realizadas a milhares de quilómetros de distância. Fica a faltar o espaço dedicado ao Mar, onde estão presentes a Pescanova, com o projecto de aquicultura de pregado de Mira, e a Pascola & Filhos, que mostra a reabilitação do lugre Bacalhoeiro Santa Maria Manuela. O Instituto Politécnico de Leiria também participa, através da Escola Superior de Turismo e Tecnologias do Mar.