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Bluepharma marca presença no Biomeet 2022

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Mais de quatro centenas de patentes registadas em dez anos, uma força de trabalho altamente especializada, e infraestruturas de investigação de ponta fazem deste um país com condições para vingar no sector. Burocracia e investimento são desafios a superar e deram corpo ao tema no centro da discussão no Biomeet 2022, que decorreu nos dias 19 e 20 de setembro, em Oeiras.

 

Pequeno em dimensão, mas rico em competências e especialização. Este é, cada vez em mais áreas, o retrato de Portugal na biotecnologia, área em que o país tem dado cartas através da produção de conhecimento e inovação. Quem o garante é Filipe Assoreira, chairman da associação sem fins lucrativos P-Bio, que recorre aos números para comprovar a afirmação. “Portugal, curiosamente, é dos países que mais patentes regista a nível europeu. Estamos com 446 registadas em dez anos”, detalha, citando o estudo de 2019 sobre o sector realizado pela P-Bio. Encontrar caminhos e soluções para impulsionar este espírito inovador em território nacional será um dos principais temas em debate durante o Biomeet 2022, que se realizou nos dias 19 e 20 de setembro, em Oeiras.

 

Embora não se trate de uma nova área de conhecimento, o crescimento da biotecnologia tem beneficiado de diferentes fatores, em particular o acelerado desenvolvimento da tecnologia e, mais recentemente, do impacto da pandemia. “Deu um grande salto com toda a tecnologia de RNA mensageiro, especialmente com a pandemia e as vacinas que foram lançadas no mercado”, contextualiza. Vale a pena recordar que uma das principais armas de prevenção de doença grave causada pelo SARS-COV2 resultou da investigação liderada pela BioNTech, sediada na Alemanha.

 

“Portugal é dos países que mais patentes regista a nível europeu”, afirma Filipe Assoreira

 

A nível nacional, esta é uma área que, de acordo com o estudo da P-Bio, mais do que triplicou o volume de negócios entre 2016 e 2020, apesar de ser, ainda, “um negócio muito pequeno”, mas que Filipe Assoreira diz ter “um potencial de escalabilidade enorme”. A especialização da força de trabalho é um dos principais contributos, a que se junta a “qualidade” dos centros de investigação. Falta, porém, resolver desafios na burocracia e na agilidade da legislação, aponta o responsável, bem como na atração de investimento, já que este é um mercado de “capital intensivo”.

 

Para Paulo Barradas, CEO do grupo Bluepharma, o território nacional tem “um sector da saúde interessante e que pode ajudar Portugal a recuperar a sua saúde e a economia”, ainda que, para isso, seja preciso “saber ler os sinais”. Esses sinais passam, por exemplo, pela crescente necessidade de a Europa se tornar autossuficiente e independente ao nível da produção de medicamentos, mas também por olhar para os vários instrumentos financeiros disponibilizados pela Comissão Europeia – como o Horizonte Europa – para alavancar o crescimento desta área. “Acho que o país tem boas estruturas na investigação, tem esse investimento que fez na qualificação das pessoas e nas zonas onde existe esse talento, esse talento atrai investimento”, acredita.

O Biomeet 2022 contou com a presença de líderes internacionais de empresas do sector, como John Crowley (Amicus Therap) ou Julien Patris (Alnylam Pharmaceuticals), bem como de decisores políticos nacionais. Foi o caso do presidente da Câmara Municipal de Oeiras, Isaltino Morais, e do ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva.

 

O que é o BIOMEET 2022?
Organizado pela P-Bio com apoio da Câmara Municipal de Oeiras, o evento juntou cientistas, líderes empresariais e decisores políticos em torno da importância da biotecnologia para o desenvolvimento científico e económico português. Foram dois dias de intensos debates e troca de perspetivas, mas sobretudo de incentivo ao crescimento deste mercado. O Expresso associou-se à iniciativa através da moderação de uma mesa-redonda dedicada ao tema “O compromisso do sector biotecnológico português para inovação, saúde e crescimento”, que teve moderação da jornalista da SIC Notícias Nelma Serpa Pinto.

 

Oradores da mesa-redonda?

  • Paulo Barradas, CEO da Bluepharma;
  • Henrique Veiga Fernandes, investigador da Fundação Champalimaud;
  • Daniela Couto, partner da BioGeneration Ventures.

 

Porque é que este evento é importante?
Integrado na Semana Europeia da Biotecnologia, o encontro em Oeiras procurou dar resposta a alguns dos principais desafios do sector em Portugal – atração de investimento, enquadramento regulatório e impacto na economia nacional. O ponto alto do Biomeet 2022 foi a apresentação e discussão do Biotech Social Pact, lançado em Boston, EUA, e que juntou já perto de uma centena de líderes na biotecnologia a nível mundial.