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Entrevista do Presidente da Bluepharma | Revista 1500 Maiores da Região Centro | Diário de Coimbra

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Também na Bluepharma, perante a pandemia de Covid-19, a tomada de consciência de que seria necessário mudar a forma de trabalhar chegaria logo em Fevereiro. «A primeira preocupação foi proteger as pessoas, e a ideia mais disruptiva na altura foi colocá-las em casa, aquelas que podiam trabalhar a partir de casa. Tivemos cerca de 200 pessoas em teletrabalho e foi um ensinamento, uma metodologia nova que ensaiámos e que tem pernas para andar. Não é solução para o trabalho, de forma alguma, não pensamos a partir de agora passar a trabalhar a partir de casa, mas é uma solução híbrida que penso que vai cada vez mais funcionar. É uma solução que passa por estabelecer laços de grande confiança e responsabilidade entre as pessoas e, pelo que nos é dado a entender, todas elas estiveram à altura de assumir essa delegação de responsabilidade», afirma Paulo Barradas Rebelo, presidente da empresa com sede em S. Martinho do Bispo.

 

Todo o processo foi muito rápido e «num dia conseguimos operacionalizar isto», lembra. «Somos uma empresa com preocupações ambientais e desde sempre usamos computadores portáteis porque são mais amigos do ambiente, menos consumidores de energia, mais fáceis de reciclar e ocupam menos espaço. Desta forma a mobilidade foi fácil, com o apoio do departamento de sistemas de informação da Bluepharma. De um dia para outro estava metade da empresa em teletrabalho », refere. No início de Novembro, alguns trabalhadores já tinham regressado à empresa, mas, o agravar da pandemia, fez com que a Bluepharma voltasse a colocar quase 200 pessoas a trabalhar a partir de casa.

«A ideia é protegê-las e proteger também aqueles que não podem ficar em casa» sublinha o responsável. Proteger as pessoas foi, assim, a primeira preocupação da Bluepharma, «porque a empresa são as pessoas, e logo de imediato foi proteger também a economia da empresa e os postos de trabalho. E para isso o facto de termos metade da equipa em casa ajuda a proteger os que vêm trabalhar porque cria menos pressão nas instalações, nos vestiários, nos refeitórios, no estacionamento. Aliviamos muito a pressão humana sobre a nossa infraestrutura».

 

António Nunes, responsável da área de investigação e inovação da Bluepharma, e que nos últimos meses tem alternado entre o teletrabalho e o trabalho presencial, refere que esta nova realidade laboral no seio das empresas ajudou todos os trabalhadores, numa primeira fase, a sentirem-se mais seguros. A adaptação foi fácil e, diz, «houve uma melhoria em termos de eficiência do trabalho». Claro que ao trabalhar em casa é mais difícil desligar das obrigações laborais pois «parece que vivemos dentro do trabalho». No entanto, com a ajuda da empresa e colaboração de todos, toda esta situação «é um desafio conseguido, sem problemas de maior em termos de gestão de equipas, com sentimento de cumprimento colectivo e com o grupo mais coeso». Natural de Coimbra mas a residir em Matosinhos, António vê no teletrabalho «uma oportunidade que as empresas têm de aproveitar» com claros «benefícios» para as entidades patronais e colaboradores.

 

Vera Domingos, responsável por coordenar o trabalho de 17 pessoas da área da logística, também reconhece maisvalias ao teletrabalho. Residente perto da Figueira da Foz, esteve em teletrabalho de 19 de Março até ao final de Maio, tendo regressado a esta modalidade no início de Novembro. Reconhece que foi, e tem sido, um desafio, sobretudo pela distância entre os colegas, mas afirma que tudo é mais «fácil quando se tem uma boa equipa, que funciona bem como é o nosso caso. Com as novas tecnologias a ajudarem muito na dinâmica, proximidade e comunicação, foi mais fácil que todos continuassem a cumprir as suas tarefas, sem problemas adicionais». Mãe de um adolescente de 11 anos, diz ter sido mais complicado conciliar, numa fase inicial, o trabalho em casa com a telescola e tudo o que envolve ter uma “criança” em casa, mas apesar de desafiante, «correu muito bem».

 

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