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ESG - Desafios e Oportunidades para um Futuro Sustentável

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Assistimos, nos últimos anos, a uma evolução dos modelos de gestão corporativa, no sentido de integrar compromissos sociais e ambientais, em alinhamento com a estratégia do negócio, com foco no desenvolvimento sustentável das organizações.


O percurso da Bluepharma, ao longo dos seus 23 anos, foi sempre pautado por estas preocupações, plasmadas num compromisso ativo com a melhoria contínua de instalações e capacidades, e na procura de soluções cientificamente diferenciadoras, que permitam contribuir para a saúde das populações.


Respondendo a requisitos regulamentares, normativos, às expetativas dos vários stakeholders e com o desígnio de permanente superação, a estratégia da empresa assentou sempre nos princípios que agora, genérica e publicamente, são conhecidos como os pilares da sustentabilidade.


Este conceito, que foi assumindo diferentes configurações ao longo do tempo, tende a padronizar-se, mas ainda está bem presente o risco de um certo anacronismo, por associação a tendência, estratégia de marketing ou comunicação.


Perceber o conceito de sustentabilidade passa, antes de mais, por objetivar o seu propósito - tornar as empresas operacionalmente mais eficientes, financeiramente saudáveis, lucrativas, promovendo a inovação, a geração de valor, alicerçando o futuro, no respeito pelos seus colaboradores, pela sociedade e pelo meio ambiente.


Perceber, por outro lado, a globalidade desde movimento exige-nos revisitar o passado.


Nos anos 70 do século XX, surgiu o ativismo ambiental, como resposta a um crescimento económico assente em práticas danosas para o ambiente e para as pessoas. Foi realizada a primeira conferência das Nações Unidas e celebrado, pela primeira vez, o Dia da Terra. A primeira definição de desenvolvimento sustentável surgiu pouco depois, no Relatório Brundtland de 1987, da Comissão Mundial para o Ambiente e o Desenvolvimento, liderada pela então primeira-ministra da Noruega, como «desenvolvimento que responde às necessidades do presente sem comprometer a capacidade de resposta das gerações futuras às suas próprias necessidades». 


Esta primeira abordagem, que aponta para a conciliação entre a prosperidade económica, a inclusão social e a gestão ambiental, marcou a agenda política internacional e catalisou um caminho de transformação, promovido em grande parte pela Organização das Nações Unidas e pela União Europeia. 


Com foco no alinhamento e consenso entre países, surgiram várias conferências, discussões, acordos, e foram sendo abrangidas as várias áreas da sociedade neste mesmo desígnio.


No contexto empresarial, estudos académicos começaram a indicar que as empresas não deveriam ter apenas obrigações legais e económicas, mas também responsabilidades para com a sociedade. A investigação nesta área evoluiu para o estudo de modelos assentes na ética, na filantropia e várias teorias de gestão passaram a sugerir a interseção entre as obrigações legais das empresas, a geração de valor e o impacto positivo para a sociedade. 


Em 2001, a Comissão Europeia lançou formalmente a base do modelo CSR – Corporate Social Responsibility e, a par disto, as empresas começaram a sentir a pressão crescente dos consumidores e do mercado em geral, relativamente ao seu modo de atuação e propósito. 


Em 2004, o Secretário-Geral da ONU, Kofi Annan, ciente da necessidade premente de envolvimento da área financeira, convidou 20 grandes instituições internacionais para desenvolverem diretrizes e recomendações sobre como melhor integrar questões ambientais, sociais e de governança corporativa na gestão de ativos, sob a supervisão do UN Global Compact, e com o apoio do Banco Mundial e do Governo Suíço. O resultado desta iniciativa conjunta foi publicado sobre a forma de relatório, denominado como "Who Cares Wins" e onde surgiu, pela primeira vez, a referência ESG (Environmental, Social e Governance).


O vasto conjunto de conclusões e recomendações deste relatório resume-se rapidamente – as instituições financeiras consideraram que num mundo mais globalizado, interconectado e competitivo, a gestão das empresas deverá incorporar questões ambientais, sociais e de governança corporativa, aportando valor ao negócio, por uma gestão de risco mais efetiva, ambientalmente consciente, promovendo a competitividade e resiliência, com elevados padrões éticos e de transparência, contribuindo para o desenvolvimento das sociedades em que estão inseridas. 


É salutar que surja, neste momento, a pergunta – se o ESG tem praticamente 20 anos, porque só agora é (re)conhecido globalmente?

A resposta não é linear. A área financeira foi desenvolvendo guidelines próprias, e a ONU persistiu no propósito de alinhamento universal, mas foram-se somando evidências de uma certa passividade geral e da ineficácia das ações voltadas para proteção do meio ambiente e do desenvolvimento social.


Em 2015, para além da publicação do Acordo de Paris, que define objetivos claros relativamente ao aquecimento global e à necessidade de descarbonização, a ONU define os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) a partir de 5 pilares – pessoas, prosperidade, paz, parceria, planeta - como parte da Agenda 2030. Assente num compromisso global, de erradicação da pobreza, garantia dos direitos humanos e procura de soluções de desenvolvimento sustentáveis e inclusivas, o seu objetivo maior é garantir que ninguém seja deixado para trás até 2030.


Nos anos seguintes, tendo-se tornado cada vez mais clara a necessidade de ação, por estarem a ser ultrapassados os limites planetários, segundo o modelo internacionalmente reconhecido da Stockholm Resilience Centre, da Universidade de Estocolmo, a Comissão Europeia definiu uma série de instrumentos legislativos, como o European Green Deal e a Lei Europeia do Clima. Responsáveis políticos, mercados, reguladores, sociedade civil, passaram a estar impelidos a agir, não somente por consciência ambiental ou responsabilidade social, mas por imposição legal.


As guidelines financeiras evoluíram também para a incorporação efetiva de requisitos ESG, e a Comissão Europeia iniciou o desenho da Diretiva de Reporte de Sustentabilidade Corporativa (Corporate Sustainable Reporting Directive – CSRD), com foco na evidência e na transparência. O European Financial Reporting Advisory Group (EFRAG) - organismo voltado, na sua génese, para providenciar suporte técnico sobre reporte financeiro - foi chamado a contribuir para o desenvolvimento desta, nomeadamente na preparação das Normas associadas, estabelecendo as regras e requisitos para as empresas reportarem dados, impactos, oportunidades e riscos, em matéria de sustentabilidade.


Corporizando as recomendações ESG, propostas há duas décadas, assistimos em pouco tempo a uma transformação do mercado, desde a linguagem usada nas campanhas publicitárias, à alteração de propósito, missão e valores das organizações. Referir o cumprimento com critérios de sustentabilidade, usar à exaustão este termo, parece ter-se tornado a tendência, como receita imbatível para convencer clientes e investidores da mais valia do produto/serviço em causa. 


Este caminho, no entanto, é falacioso e pode originar um fenómeno de greenwashing, termo que também entrou no nosso léxico – comunicar sustentabilidade, sem efetivamente cumprir com o seu propósito, apenas como mais uma estratégia de marketing.


Para acautelar este risco, e sobretudo para posicionar as organizações quanto ao seu nível de maturidade, em termos de sustentabilidade, várias consultoras desenvolveram sistemas de rating, surgiram soluções tecnológicas de medição e reporting, a banca passou a considerar nas suas análises de risco o perfil ESG destas organizações e, sobretudo, a CRSD, e os standards setoriais associados, obrigarão a um alinhamento de informação de acordo com metodologias específicas, sujeita a auditoria.


Na Bluepharma, pelo compromisso perene com esta temática, existiram sempre indicadores associados aos pilares ambiental, social e governance, tendo sido feito um exercício de reconfiguração e adaptação às novas exigências ESG.


Foram identificados, para cada um dos pilares, os compromissos, objetivos e indicadores relevantes, e construída uma matriz de correlação entre estes e o impacto direto para o cumprimento dos ODS.


O detalhe para cada pilar, relativamente a resultados de 2023 e projeção de metas para o futuro, foi incorporado no Relatório & Contas, no capítulo Desenvolvimento Sustentável, que deu origem a relatório autónomo, disponibilizado no website da empresa.


A política da Bluepharma assenta nas melhores práticas de transparência, ética e conduta, voltadas para um crescimento sustentado, para a inovação, para a crescente presença em mercados estratégicos, em integração plena com a proteção do meio ambiente e com compromissos de responsabilidade social, interna e externa.


Estamos apostados em contribuir positivamente para o desafio de transformação global que o Mundo enfrenta, consolidando, diariamente, a nossa atuação nas dimensões ESG e sendo, em termos corporativos e individuais, assente em cada uma das nossas pessoas, agentes de mudança!