"A primeira fábrica em portugal dedicada a medicamentos de alta potência de várias áreas terapêuticas, nomeadamente de oncologia," foi inaugurada pela bluepharma, no passado 1 de março, resultado do desenvolvimento de um portfolio de medicamentos de alta potência, nos últimos 10 anos. O Dr. Paulo Barradas Rebelo, presidente da Bluepharma, partilha que "o laboratório sempre teve um sentido de responsabilidade social muito grande".
Em entrevista, destaca que estes medicamentos são considerados "potentes e tóxicos, com requisitos de manipulação muito exigentes". Para esta nova "fábrica em contenção", "as máquinas são muito contidas, as salas têm antecâmaras e os profissionais estão sempre equipados".
"A Bluepharma sempre teve um sentido de responsabilidade social muito grande", com início da sua atividade no setor dos medicamentos genéricos, defendendo a máxima de que "não basta ter medicamentos fabulosos quando a bolsa do Estado e dos doentes não consegue alcançá-los".
Neste sentido, promovem medicamentos genéricos com foco na sustentabilidade do sistema, "fazendo o Estado poupar dinheiro e canalizar essas poupanças para outros medicamentos mais caros, necessários e sofisticados".
Assim, a Bluepharma marca uma posição na área da Oncologia: "Com esta iniciativa, vamos trazer medicamentos de alta potência, que são muito caros na área do cancro, de forma mais acessível ao erário público".
Porque o setor de medicamentos genéricos é "extremamente competitivo", é obrigatório inovar, um componente característico do ADN da Bluepharma. "Se não temos a capacidade de surpreender a cada passo, o nosso cliente vai ser surpreendido pelos nossos concorrentes." Neste sentido, o presidente destaca que a solução passa por criar medicamentos genéricos "cada vez mais difíceis e diferenciados".
Esta estratégia permite acompanhar o percurso da Bluepharma de "estar cada vez mais em setores onde há menos concorrência, com mais valor acrescentado" e onde são mais úteis para a sociedade, através, por exemplo, da diminuição do preço dos medicamentos e da criação de tecnologias em Portugal para este fim.
Perante esta estratégia de diferenciação da empresa, a Bluepharma "contribui para o desenvolvimento do país, transformando o conhecimento em valor". A área farmacêutica oncológica "é uma área que depende muito do conhecimento", nomeadamente do que provém das faculdades. "É trivial dizer que temos a melhor geração de estudantes e mais bem preparada de sempre."
A empresa recebe assim mão de obra qualificada, diferenciando- se assim da sua concorrência: "É este tipo de empresas que cada vez mais os países procuram, porque aumenta também a qualidade de vida de todos. É um setor gerador de valor." O presidente acrescenta: "O nosso objetivo é transformar esse conhecimento feito nas universidades em valor através da empresa e, portanto, potenciar este círculo virtuoso que é a relação empresa-universidade."
Além da sua posição a nível nacional, a Bluepharma pretende também ter impacto na Europa. "A pandemia trouxe- -nos várias aprendizagens", desde logo que a inovação na área da indústria farmacêutica está cada vez mais nas pequenas empresas, apesar de acompanhadas pela experiência das empresas mais desenvolvidas. "As parcerias são cada vez mais relevantes e, portanto, é cada vez mais importante dar as mãos e trabalhar em conjunto."
Além disso, reflete também que "temos de estar cada vez mais próximos para suprir as necessidades não satisfeitas da sociedade".
O Dr. Paulo Barradas Rebelo acredita que este "é um setor que está muito esperançoso e que possa vir a contribuir para a sociedade de uma forma mais eficaz e evidente do que tem feito até então."
Com esta unidade, pretende-se também "colaborar com o Ministério da Saúde e com o Estado português, no sentido de disponibilizar mais recursos e racionalizar a despesa na área dos medicamentos." Além disso, o presidente partilha ainda que o desenvolvimento de injetáveis complexos é um processo em contínuo progresso.
"Estamos autorizados pelas autoridades portuguesas para desenvolver, mas ainda não temos capacidade de passar para a escala industrial."
Contabilizando já os muitos anos de pensamento, estratégia e discussão de portfolio, esta unidade industrial abriu portas, representando "postos de trabalho muito qualificados, com formação de novas gerações a trabalhar nas áreas do medicamento, que representa desenvolvimento e investigação".
Em suma, o Dr. Paulo Barradas Rebelo acredita que esta unidade "vai representar mais cientistas, mais ciência, mais comunicação e entreajuda com as universidades, para desenvolver ainda mais a ciência farmacêutica de forma a dar continuidade e valor a estas relações tão importantes entre entidades e empresas."